terça-feira, 3 de março de 2009

Sintaxe – Frase, Oração e Período – Sujeito / Predicado e Predicativo

Conceito de frase, oração e período

Frase: é a palavra ou grupo de palavra que formam um enunciado de sentido completo. Caracterizando-se pela entoação que lhe assinala o começo e o fim.

Exemplos: 

Casa libanesa.

Olá!

Até logo!

Psiu!

Silêncio!

Fogo!

Atenção!

Centro, à esquerda!

Casas Pernambucanas.

A frase pode ser curta ou longa; pode ou não conter verbo. Uma única palavra pode ser frase, dependendo de como aparecer no contexto.

A frase não precisa, necessariamente, de verbo para comunicar algo. Há frases sem verbo que se prestam perfeitamente à comunicação de mensagens. São as frases nominais:

Exemplos: 

Estação Liberdade.

Comida caseira.

Proibida a entrada.

Saída pela lateral.

Oração: é a unidade sintática formada em torno de um verbo. Há sempre na oração dois termos que têm entre si uma relação essencial: sujeito e predicado. Considerando-se a existência de orações sem sujeito, o predicado pode vir sozinho.

Exemplos: 

Eu observei os desenhos geométricos, os losangos, as flores coloridas. (sujeito simples)

Mandaram chamar o médico. (Sujeito indeterminado)

Venta a noite inteira no Caribe. (Oração sem sujeito)

Período: é a frase sintaticamente estruturada em torno de um ou vários verbos. Pode classificar-se em:

período simples (ou oração absoluta)  é constituído por uma oração, ou seja, há apenas um verbo.

Ex: Machado de Assis foi um ilustre brasileiro.

Tinha a mente invadida por pensamentos sábios.

Ou período composto – é constituído por mais de uma oração, ou seja, há mais de um verbo.

Ex: Sonhei que estava sonhando e que no meu sonho havia um outro sonho esculpido.”

(Carlos Drummond de Andrade)

“As glórias que vêm tarde já vêm frias.”

(Tomás Antônio Gonzaga)

Tipos de sujeito

É o ser de quem se diz alguma coisa ou o termo que concorda com o verbo, caracterizando-se como o termo que rege ou comanda o verbo.

Exemplo: O carro é confortável.

Neste caso, carro é o sujeito da oração e não pratica nenhuma ação, ele simplesmente “é”.

O sujeito pode ser:

Sujeito simples = quando houver um só núcleo nesta função (um nome ou pronome substantivo, numeral, palavra substantivada).

Exemplos: 

O ônibus fumacento chegou.

Ambos leem romances de amor.

Este é um angorá legítimo.

Sujeito composto = quando houver mais de um núcleo nesta função. (constituído de um substantivo, um pronome substantivo, um numeral).

Exemplos: 

João Gostoso e outros carregadores de feira livre beberam.

O primeiro e o segundo venceram com folga.

Sujeito indeterminado = é o que afirma o predicado, mas não se acha na oração, nem explícito e nem implícito.

Por exemplo: Ontem trouxeram um lanche muito gostoso. Quem trouxeram? Não aparece na oração.

Para indeterminar o sujeito, existem dois recursos:

(1º) Empregar o verbo na terceira pessoa do plural, sem referência a qualquer sujeito mencionado anteriormente.

Ex: Assaltaram a casa! (Quem assaltou? “Assaltaram” indeterminou o sujeito)

(2º) Empregar o verbo na terceira pessoa do singular, acompanhado do pronome SE (exceto o verbo transitivo direto)

Observe-se que o pronome SE, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito (IIS). E o verbo de tais orações, ou é transitivo indireto, intransitivo ou verbo de ligação.

Ex: Crê-se em seres extraterrestres. (O verbo crer é transitivo indireto, quem crê, crê em alguma coisa ou em alguém)

Necessita-se de pessoas para o cargo. (O verbo necessitar é transitivo indireto, quem necessita, necessita de alguma coisa)

ATENÇÃO! VOZ PASSIVA PRONOMINAL

a) Aluga-se chalé.

b) Compram-se carros usados.

c) Confeccionam-se roupas de festa.

Os exemplos parecem apresentar sujeito indeterminado. Na verdade, a frase está na voz passiva pronominal, com o verbo transitivo direto, e o sujeito está expresso (Chalé, carros usados e roupas de festa) e recebe ação verbal.

Para não ter dúvida, passe a frase para a voz ativa, se der certo, o sujeito é determinado simples.

Chalé é alugado. (sujeito simples)

Carros usados são comprados. (sujeito simples)

Roupas de festa são confeccionadas. (sujeito simples)

Sujeito inexistente = há orações que não possuem sujeito. O verbo de tais orações só admite a terceira pessoa do singular e são chamados, por alguns gramáticos, de verbos impessoais. Ocorrem nas seguintes circunstâncias:

Quando o verbo haver significa existir:

Na casa libanesa havia um tapete persa. (Na casa libanesa existia um tapete persa)

muita sujeira aqui. (Existe muita sujeira aqui)

Quando os verbos fazer e haver indicam tempo transcorrido.

faz cinco horas que ele saiu.

Não o vejo meses.

Quando o verbo ser aparece em construções indicativas de tempo.

Será cedo?

São oito horas.

Quando os verbos indicam fenômeno da Natureza:

Amanhecer, chover, nevar, relampejar etc.

Quando o verbo estar for empregado para indicar temperatura ou clima.

Está tão quente hoje!

São orações sem sujeito as que denotam fenômeno da natureza (chove, trovejou ontem etc.) e as que têm os verbos haver, fazer e ser empregados impessoalmente em construções como as seguintes:

editores ilustres no Brasil.

Fazia muito frio naquela cidade.

Fez ontem um dia dourado de lembranças...” (Tom Jobim)

“Pois era dezembro de um ano dourado...” (Tom Jobim)

Sujeito oculto = sujeito simples, porém não aparece na frase, pois está subentendido.

Ex: (Eu) Chamei toda a turma para a festa. Verificamos que há um sujeito na oração pela desinência verbal.

Observação: O sujeito simples e o sujeito composto são chamados de sujeito determinado.

TIPOS DE PREDICADO

Predicado é aquilo que se declara do sujeito, se a oração o possui. Há três tipos de predicados:

Verbal = quando o núcleo do predicado for um verbo transitivo ou intransitivo e, também, sem a presença de um predicativo qualquer.

Nominal = quando o núcleo do predicado é o nome, que vem ligado ao predicativo do sujeito por um verbo de ligação.

Verbo-nominal = quando possui dois núcleos: o verbo e o nome (sem verbo de ligação)

O QUE É PREDICATIVO?

Há dois tipos de predicativo:

Predicativo do sujeito = relaciona-se ao sujeito da oração:

Ex: O leão estava tranquilo (= característica do sujeito, portanto, predicativo do sujeito)

Predicativo do objeto = relaciona-se com o objeto direto ou objeto indireto da oração.

Ex: Os adultos julgaram as crianças irresponsáveis. (= característica do objeto direto “as crianças”)

Sintaxe – Frase, Oração e Período – Sujeito / Predicado e Predicativo

Frase é a palavra ou grupo de palavra que formam um enunciado de sentido completo. Caracterizando-se pela entoação que lhe assinala o começo e o fim.

Ex: Casa libanesa.

Olá!

Até logo!

Psiu!

Silêncio!

Fogo!

Cada Macaco no seu galho.

Atenção!

Centro, à esquerda!

Casas Pernambucanas.

A frase pode ser curta ou longa; pode ou não conter verbo. Uma única palavra pode ser frase, dependendo de como aparecer no contexto.

A frase não precisa, necessariamente, de verbo para comunicar algo. Há frases sem verbo que se prestam perfeitamente à comunicação de mensagens. São as frases nominais:

Ex: Estação Liberdade.

Comida caseira.

Proibida entrada.

Saída pela lateral.

Oração é a unidade sintática formada em torno de um verbo. Há sempre na oração dois termos que têm entre si uma relação essencial: sujeito e predicado. Considerando-se a existência de orações sem sujeito, o predicado pode vir sozinho.

Ex.: Eu observei os desenhos geométricos, os losangos, as flores coloridas. (sujeito simples)

Mandaram chamar o médico. (Sujeito indeterminado)

Venta a noite inteira no Caribe. (Oração sem sujeito)

Período é a frase sintaticamente estruturada em torno de um ou vários verbos. Pode classificar-se em:

período simples ou oração absoluta é constituído por uma oração, ou seja, há apenas um verbo.

Ex: Machado de Assis foi um ilustre brasileiro.

Tinha a mente invadida por pensamentos sábios.

período composto – é constituído por mais de uma oração, ou seja, há mais de um verbo.

Ex: Sonhei que estava sonhando e que no meu sonho havia um outro sonho esculpido.”

(Carlos Drummond de Andrade)

“As glórias que vêm tarde já vêm frias.”

(Tomás Antônio Gonzaga)

SUJEITO

É o ser de quem se diz alguma coisa ou o termo a que se refere o predicado, caracterizando-se como o termo que rege ou comanda o verbo.

Ex: O carro é confortável.

Neste caso carro é o sujeito da oração e não pratica nenhuma ação, ele simplesmente “é”.

O sujeito pode ser:

Simples = quando houver um só núcleo nesta função (um nome ou pronome substantivo, numeral, palavra substantivada).

Ex: O ônibus fumacento chegou.

Ambos lêem romances de amor.

Este é um angorá legítimo.

Composto = quando houver mais de um núcleo nesta função. (constituído de um substantivo, um pronome substantivo, um numeral).

Ex: João Gostoso e outros carregadores de feira livre beberam.

O primeiro e o segundo venceram com folga.

Indeterminado = é o que afirma o predicado, mas não se acha na oração, nem explícito e nem implícito.

Por exemplo: Ontem trouxeram um lanche muito gostoso. Quem trouxeram? Não aparece na oração.

Para indeterminar o sujeito, existem dois recursos:

(1º) Empregar o verbo na terceira pessoa do plural, sem referência a qualquer sujeito mencionado anteriormente.

Ex: Assaltaram a casa! (Quem assaltou? “Assaltaram” indeterminou o sujeito)

(2º) Empregar o verbo na terceira pessoa do singular, acompanhado do pronome SE (exceto o verbo transitivo direto)

Observe-se que o pronome SE, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito (IIS). E o verbo de tais orações, ou é transitivo indireto, intransitivo ou verbo de ligação.

Ex: Crê-se em seres extraterrestres.

Necessita-se de pessoas para o cargo.

ATENÇÃO!!!!

a) Aluga-se chalé.

b) Compram-se carros usados.

c) Confeccionam-se roupas de festa.

Os exemplos parecem apresentar sujeito indeterminado. Na verdade, a frase está na voz passiva pronominal, com o verbo transitivo direto, e o sujeito está expresso (Chalé, carros usados e roupas de festa) e recebe ação verbal.

Para não ter erro, passe a frase para a voz ativa, se der certo o sujeito é determinado simples.

Chalé é alugado. (sujeito simples)

Carros usados são comprados. (sujeito simples)

Roupas de festa são confeccionadas. (sujeito simples)

Inexistente = há orações que não possuem sujeito. O verbo de tais orações só admite a terceira pessoa do singular e são chamados, por alguns gramáticos, de verbos impessoais. Ocorrem nas seguintes circunstâncias:

Quando o verbo haver significa existir:

Na casa libanesa havia um tapete persa. (Na casa libanesa existia um tapete persa)

muita sujeira aqui. (Existe muita sujeira aqui)

Quando os verbos fazer e haver indicam tempo transcorrido.

faz cinco horas que ele saiu.

Não o vejo meses.

Quando o verbo ser aparece em construções indicativas de tempo.

Será cedo?

São oito horas.

Quando os verbos indicam fenômeno da Natureza:

Amanhecer, chover, nevar, relampejar etc.

Quando o verbo estar for empregado para indicar temperatura ou clima.

Está tão quente hoje!

São orações sem sujeito as que denotam fenômeno da natureza (chove, trovejou ontem, etc) e as que têm os verbos haver, fazer e ser empregados impessoalmente em construções como as seguintes:

editores ilustres no Brasil.

Fazia muito frio naquela cidade.

Fez ontem um dia dourado de lembranças...” (Tom Jobim)

“Pois era dezembro de um ano dourado...” (Tom Jobim)

Oculto = sujeito simples. Ele não aparece na frase, mas está subentendido.

Ex: (Eu) Chamei toda a turma para a festa. Verificamos que há um sujeito pela desinência verbal.

Observação: O sujeito simples (claro ou oculto) e o composto são chamados de sujeito determinado.

PREDICADO

É aquilo que se declara do sujeito se a oração o possui. Há três tipos de predicado:

Verbal = quando o núcleo do predicado for um verbo transitivo ou intransitivo e, também, sem a presença de um predicativo qualquer.

Nominal = quando o núcleo do predicado é o nome, que vem ligado ao predicativo do sujeito por um verbo de ligação.

Verbo-nominal = quando possui dois núcleos: o verbo e o nome (sem verbo de ligação)

PREDICATIVO

Há dois tipos de predicativo:

Predicativo do Sujeito = relaciona-se ao sujeito da oração:

Ex: O leão estava tranqüilo (= qualidade do sujeito)

Predicativo do Objeto = relaciona-se com o objeto direto ou indireto da

oração.

Ex: Os adultos julgaram as crianças irresponsáveis. (= qualidade do objeto direto “as crianças”)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

ELEMENTOS DA NARRATIVA

ELEMENTOS DA NARRATIVA

Tipos de personagens:

- Protagonista: é a personagem principal de uma história, é o herói, o mocinho.

- Antagonista: é também a personagem principal, porém é o vilão das histórias.

- Coadjuvante: é a personagem que desempenha um papel secundário ou auxiliar nas histórias.

- Figurante: é a personagem que aparece nas histórias, mas não tem ações e pensamentos.


Enredo:
É o conjunto de ações da narrativa.

Tempo:

- Cronológico: é o tempo mensurável em que se desenrola a ação. Indica-se, conforme o caso, dia, mês, ano, hora, minuto, segundo, década, século etc. Não é preciso mencioná-lo sempre, mas deve-se dar a entender ao leitor o tempo de duração da história, utilizando-se das expressões como: alguns minutos, instantes, no dia seguinte, algum tempo depois, passaram-se meses, anos ou dias etc.

- Psicológico: esse tempo não é mensurável, flui na mente da personagem. Nesse caso, transmite-se a sensação experimentada durante o tempo em que o fato ocorreu: a personagem pode ter passado por situações que pareceram extremamente longas, mas que, na realidade, duraram apenas alguns minutos.
O tempo psicológico é produto de uma experiência interior mensurável apenas subjetivamente. Traduz-se com palavras a duração de um acontecimento, através da intensidade emocional que o acompanha.

Espaço: é o lugar onde ocorrem as ações onde se movimentam as personagens. Pode ser ilimitado como o universo ou restrito como uma casa. Para caracterizá-lo, são empregados recursos descritos que recuperam a percepção objetiva (dos cinco sentidos) e as impressões subjetivas (psicológicas). O espaço na narrativa divide-se em:

- Físico: casa, escola, cidade, campo e etc.

- Social: neste espaço estão os limites culturais, econômicos, o momento histórico, que servem de pano de fundo na narrativa.


Ponto de vista:

- Narrador em primeira pessoa: neste caso temos o narrador-personagem, aquele que nos conta e participa da história contada.

- Narrador em terceira pessoa: neste caso temos uma subdivisão:

- Narrador observador: simplesmente relata os fatos, registrando as ações e as falas das personagens; ele conta, como mero espectador, uma história vivida por terceiros. É a narrativa escrita em terceira pessoa, ou seja, o narrador não utiliza os pronomes pessoais de primeira pessoa: Eu, nós.

Discursos:

- Discurso direto: o narrador reproduz na íntegra a fala da personagens ou interlocutores. Geralmente essa fala é introduzida ou marcada por travessão.

Ex:
Perguntava:
- Mas esse dicumento num é farso?
- Nhor não - dizia o correio - Eu tive com o major Chiquinho; e ele falou pra mim que a letra é dele e que vai pagar até a entrada da seca, no mais tardar.

- Discurso indireto: o narrador exprime indiretamente a fala da personagem. O narrador funciona como testemunha auditiva e passa para o leitor o que ouviu da personagem.

Ex:

O homem perguntava ao correio se aquele documento era falso. O correio respondeu que não,
pois tinha falado com o major Chiquinho e este contou-lhe que a assinatura era do próprio major.

- Discurso indireto livre: é a apresentação das falas exatas das personagens inseridas dentro do discurso do narrador. As duas falas aparecem juntas, isto é, ocorrem simultaneamente. 

Ex.: 

"Então Paula corria, corria o mais que podia para tentar resolver a situação. Logo a mim, logo a mim isso tinha de acontecer! Ela não sabia se conseguiria chegar a tempo e resolver aquela confusão. Tomara que eu consiga!"

Bons estudos!!!!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Figuras de Linguagem

As figuras de linguagem são maneias de falar ou escrever que dão mais beleza, graça e força à expressão.

Figuras de som:

a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
“Esperando, parada, pregada na pedra do porto.”

b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos.
“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral.”

Figuras de construção ou sintaxe:

a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia)

b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.
Ele prefere cinema; eu, teatro. (omissão de prefiro)

c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período.
“ Tudo era lânguido, e vazio, e descampado e deserto.” (Graça Aranha)

d) pleonasmo: consiste numa redundância. Repetição da mesma idéia, cuja finalidade, às vezes, é reforçar a mensagem. (usa-se na poesia, não se trata de pleonasmo vicioso)
“E rir meu riso e derramar meu pranto.”

e) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.
“Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer”

Figuras de pensamento:

a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.
“Nos corações humanos há vida e morte.”

b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”

c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)

d) hipérbole: trata-se de exagerar uma idéia com finalidade enfática.
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede)

e) prosopopéia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.
O céu me dizia que a noite ía ser longa.

f) gradação ou clímax: é a apresentação de idéias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)
“Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.” (Pe. Vieira)

g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada). “Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus!”

Figuras de palavras:

a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo comparativo fica subentendido.
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.”

b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os termos.
Observe:
Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa)

"O bonde passa cheio de pernas/pernas pretas, brancas, amarelas/pra quê tanta perna, meu Deus/ pergunta meu coração..." (pernas em lugar de pessoas) -(Drummond)

c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado.
O pé da mesa estava quebrado.
Esta poltrona está com o braço quebrado!

d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade:
...os quatro rapazes de Liverpool (em vez de os Beatles)

e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. A luz crua da madrugada invadia meu quarto.
“O cheiro doce da manhã...”

Bons estudos!
Professora Aline Tamara



segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A Gramática no Texto

Desculpem-me pelo transtorno!
Em construção!

Do Sêmantico ao Sintático

em construção...
Desculpem-me pelo transtorno!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Introdução à literatura grega

Os conceitos clássicos, os motivos e os parâmetros que a civilização ocidental adotou como seus estão combinados (...) na literatura grega.
Mary Ellen Snodgrass, 1988.

O poeta e crítico literário Ezra Pound (1885/1972) escreveu, certa vez, que literatura é "linguagem carregada de significado" e "novidade que permanece novidade". As mais importantes obras gregas, indubitavelmente, se ajustam com perfeição a esses conceitos: sua estética tem sido admirada e imitada há quase três mil anos e podem ser lidas e relidas várias vezes sem perda de interesse.

A literatura grega é a mais antiga da Europa e abrange um longo período de quase doze séculos — de -750 a 400, mais ou menos, sem contar a produção do Período Bizantino. Infelizmente, a maior parte foi perdida em consequência do fim do Império Romano e da quebra da unidade cultural do Mediterrâneo.

De cerca de 400 peças de teatro das quais temos referências, por exemplo, para mencionarmos apenas as representadas em Atenas, durante os festivais dramáticos, conhecemos somente 45; de toda a poesia lírica, com exceção de Píndaro e Baquílides, restam apenas alguns poucos fragmentos.

Em outros gêneros literários a dimensão da perda é ainda maior, e há apenas um consolo: praticamente tudo o que restou é de primeira qualidade.

Referências:
Ezra Pound, ABC da Literatura, trad. A. Campos & J.P. Paes, São Paulo, Cultrix, 71995.
Mary Ellen Snodgrass, Cliffs notes on greek classics, New York, Wiley, 1998.


RIBEIRO JR., W.A. Introdução à literatura grega. Portal Graecia Antiqua, São Carlos. Disponível em www.greciantiga.org/arquivo.asp?num=0713. Consulta: 1/2/2009.

Origem e evolução da língua grega e do alfabeto

O grego, assim como muitas outras línguas extintas e "vivas" da Europa e da Ásia Ocidental, faz parte da grande "família" das línguas indo-europeias. Ao lado do sânscrito, a língua grega é uma das mais antigas da família.

A família indo-europeia

As populações que hoje chamamos de "indo-europeias" chegaram ao sudeste europeu e à Ásia Ocidental no final do Neolítico ou no início do Bronze Antigo. A mistura entre sua língua, o indo-europeu primitivo, e a língua falada pelas populações locais[1] originou diversos idiomas. Alguns deles existiram somente na Antiguidade; outros existem até hoje.

Quando se diz que uma determinada língua é da família indo-europeia, significa que o vocabulário, a estrutura gramatical básica e outros fenômenos linguísticos têm grandes semelhanças entre si. Do ponto de vista do vocabulário, por exemplo, comprovar a origem indo-europeia de uma determinada língua é simples; basta comparar as palavras dos vocabulários.
Veja, abaixo, como a comparação entre a palavra "pai" em línguas "vivas" (grego, português, francês, espanhol, italiano, inglês, alemão) e em línguas "mortas" (latim e sânscrito).

grego - πατήρ
português - pai
francês - père
espanhol - padre
italiano - padre
inglês - fhather
alemão - vater
latim - pater
sânscrito - pitá

A despeito das variações fonéticas — /fa/, /pa/ e /va/, entre outras —, o parentesco é evidente.
Quem eram, exatamente, os
indo-europeus? Diversos conhecimentos sobre a cultura indo-europeia antiga foram recuperados a partir do estudo das línguas mais velhas da família, mas ainda não foi possível atribuir nenhum achado arqueológico ao hipotético povo indo-europeu original, antepassado dos demais.

A origem do grego antigo
Alguns eruditos acreditam que em tempos remotos, talvez por volta de -2200, existia um único dialeto, o grego comum, do qual os demais derivaram; outros sustentam que nunca existiu, historicamente, um dialeto grego único. Um forte argumento a esse favor é o fato de que a cultura grega daquela época, resultado da mistura de diversas populações do Neolítico e da Idade do Bronze, era bastante diversificada.
A língua grega guarda resquícios dessa mistura populacional. Os filólogos detectaram, entre outras coisas, que certas palavras terminadas em -ssos/-nthos e usadas para nomear lugares são estruturalmente diferentes do padrão indo-europeu que caracteriza o resto da língua grega, e devem ter sido incorporadas antes de -2200: Tirintos (nome de cidade), Parnassos (nome de montanha), Kefissos (nome de rio)...

Os dialetos gregos

O termo "grego antigo" engloba, na realidade, diversas variantes dialetais: o micênico, o árcado-cipriota, o eólico, o dórico, o iônico e o ático eram os dialetos mais importantes. Sua existência está bem documentada durante o Período Arcaico e o Período Clássico, mas é altamente provável que esses regionalismos tenham se desenvolvido muito tempo antes.
O dialeto mais antigo deve ter sido, naturalmente, o correspondente ao grego falado pelos mínios durante o Heládico Médio, mas não há nenhuma prova disso. O mais antigo dialeto documentado por inscrições é o dialeto micênico (século -XV); o segundo mais antigo é, aparentemente, o árcado-cipriota, que tem vários graus de parentesco com o dialeto micênico. Devido à dominância econômica e intelectual de Atenas durante o Período Clássico, o dialeto ático difundiu-se por todo o mundo grego e os demais dialetos perderam progressivamente sua importância.
Durante o Período Helenístico, os gregos falavam já um dialeto "comum", conhecido por koiné (gr. κοινὴ διάλεκτος, ver D.H. Isoc. 2), derivado do dialeto ático. O dialeto comum, às vezes chamado de dialeto alexandrino, tornou-se a língua comum de todo o mundo mediterrâneo, helenizado pelas conquistas de Alexandre III da Macedônia, e foi utilizado durante muitos séculos, inclusive durante o Período Bizantino. O grego moderno deriva dele.

A origem da escrita


pictograma egípcio -2700/-2460
linear B micênico -1400/-1300

letras fenícias séc. -XI
Durante milênios, a língua grega era apenas falada e as comunidades que a utilizavam transmitiam oralmente os elementos culturais. Muito antes, no Oriente Médio, os sistemas de escrita haviam se desenvolvido desde o IV milênio a.C., e após alguns milênios essa importante inovação foi adotada pelos gregos.
"pictograma egípcio -2700/-2460 linear B micênico -1400/-1300 letras fenícias séc. -XI ". Os primitivos sistemas de escrita, usados pelos sumérios, acadianos, egípcios e outros povos, eram sofisticados e, ao mesmo tempo, complexos. Baseavam-se em grande quantidade de sinais pictográficos (ideogramas), e cada sinal representava tanto o objeto concreto como o conceito subjacente. O pictograma egípcio ao lado, por exemplo, era usado para representar tanto "escriba" como "escrita".
Os sistemas pictográficos orientais logo foram simplificados e surgiram os silabários, onde cada sinal representava o som de uma sílaba. Exemplos orientais são o hitita, da Ásia Menor, e a escrita linear A, de Creta. A primeira escrita da Grécia foi, exatamente, um silabário, conhecido por linear B. O sistema foi certamente desenvolvido pelos micênios, inspirados pela escrita linear A dos minóicos da ilha de Creta.
No Oriente Médio, por volta de -1700 (ou, talvez, -1900), apareceram as primeiras inscrições alfabéticas. Nesses primitivos alfabetos, como o proto-sinaítico e o ugarítico, cada sinal representava um som, mas somente os sons consonantais. Os intensivos contatos comerciais entre os gregos e os fenícios da sírio-palestina, no século -IX ou -VIII, ensejaram o contato dos gregos com o alfabeto consonantal dos fenícios.
Os gregos logo adaptaram os sinais fenícios aos sons de sua língua, e fizeram ademais uma importantíssima inovação: aproveitaram os sinais fenícios que "sobraram" e utilizaram-nos para representar os sons vocálicos. O alfabeto grego, plenamente desenvolvido no início do Período Arcaico, foi o primeiro "alfabeto verdadeiro", completo, com sinais que representavam tanto as consoantes como as vogais. Todos os alfabetos ocidentais, inclusive o alfabeto latino, que você lê neste momento, derivam dos primeiros alfabetos gregos.

RIBEIRO JR., W.A. Origem e evolução da língua grega e do alfabeto. Portal Graecia Antiqua, São Carlos. Disponível em www.greciantiga.org/arquivo.asp?num=0044. Consulta: 1/2/2009.